Lesões Por Esforço Repetitivo

Prevenção de Lesões em Usuários de Computador com Biofeedback 1,2: 
Protocolo de Identificação e Treinamento.

Erik Peper, Ph.D.
San Francisco State University,
San Francisco, CA

Vietta S. Wilson, Ph.D.
York University, Toronto, ON

Will Taylor, M.D.
Blue Hill, ME

Alex Pierce,
Stens Corporation, Oakland, CA

Kathy Bender,
SHARE, Oakland, CA

Vicci Tibbetts,
San Francisco State University,
San Francisco, CA


Introdução

Hábitos de trabalho impróprios, fraca ergonomia da estação de trabalho e do ambiente podem levar a distúrbios fisiológicos tais como fraqueza muscular, fadiga e lesão. Alguns trabalhadores desenvolvem lesões por esforço repetitivo (LER), também conhecidas como trauma por esforço cumulativo (TEC), ou sindrome da sobre utilização, devido à longas horas de tarefas repetitivas em computadores. Trabalhadores com LER sofrem de perda de produtividade e diminuição de ganhos, com as crescentes despesas médicas. A LER atingiu 40% dos casos de reembolso de despesas médicas nos EUA em 1990. O desconforto e as lesões podem mudar a maneira como os usuários de computador se sentem a respeito destes e de seu trabalho. 40 milhões de americanos usam computadores e 15 a 20% destes correm o risco de desenvolver sintomas de LER (CDC,1984). As LER tendem a afligir os indivíduos com doenças e sobrecarregar as empresas com custos médicos crescentes e perda de produtividade. Com efeito, análise ergonômica da estação de trabalho, posicionamento correto dos móveis e equipamentos, mouses e teclados diferentes e descansos periódicos podem auxiliar na redução dos problemas fisiológicos, contudo, falham em dois elementos cruciais: * Atenção cinestésica do usuário de computador de sua psicofisiologia e * Desenvolvimento de habilidades que inibam tensões inapropriadas e/ou excessivas durante performances rotineiras. Os usuários de computador devem aprender a reduzir as tensões e relaxar os músculos quando eles não estão sendo utilizados para determinada atividade. Prevenir as LER envolve uma combinação de ergonomia apropriada, variação nas atividades de trabalho (ciclo trabalho/descanso) e auto-regulação através do Biofeedback para reduzir atividades prejudiciais ( tensão muscular imprópria, mal direcionada ou mesmo inconsciente). Sem atenção ao esforço muscular e sem o treinamento em habilidades para reduzir a tensão, ajustes ergonômicos com períodos intermitentes de repouso não são suficientes para prevenir o risco de lesões.

Usuários de computador podem treinar habilidades preventivas para sentir a tensão muscular e incorporar o relaxamento e a regeneração de músculos durante a digitação de dados e o uso do mouse. Instrumentos de biofeedback podem ser utilizados para monitorar músculos específicos e alertar o usuário para a existência de tensões excessivas ou hábitos de super utilização que podem levar à dor crônica e a lesão. Este processo de maestria reduz o risco da ocorrência de LER.

ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO

O desenvolvimento de lesões envolve fatores contribuintes ergonômicos e psicofisiológicos que incluem:

  • Ergonomia inapropriada da estação de trabalho
  • Stress de visão próxima (monitor)
  • Performances de trabalho assimétricas
  • Movimentos corporais restritos
  • Ausência de pausas regenerativas breves (1 a 2 segundos) durante o trabalho (micro pausas)
  • Má postura durante o trabalho (contração, falha da inibição do antagonista durante os movimentos)
  • Falta de atenção somática de tensão e relaxamento
  • Tensão fisiológica durante relaxamento auto induzido
  • Foco excessivo nas tarefas
  • Insatisfação com o trabalho
  • Reatividade fisiológica excessiva
  • Respiração torácica e/ou suspensão da respiração durante a digitação
  • Presença de pontos de tensão nos tendões
  • protocolo de LER inclui avaliação ergonômica e do estilo de trabalho, perfil psicofisiológico, análise dos fatores de risco, treinamento e educação em Biofeedback.


AVALIAÇÃO ERGONÔMICA E DO ESTILO DE TRABALHO

A avaliação ergonômica precisa ser realizada no próprio local de trabalho sob condições normais do cotidiano (compare a posição do usuário do computador com a recomendada no guia ergonômico da fig. 1). O formulário de avaliação em anexo, (SFSU) Avaliação da Ergonomia e da Estação de Trabalho (Peper e Tibbetts, 1994) pode ser usado como guia por cobrir a maior parte dos riscos ergonômicos (ver também Jones, 1991; State of California, 1993). Ao mesmo tempo, análise dos movimentos durante performances rotineiras precisa ser incluída devido ao fato de que movimentos assimétricos repetitivos aumentam o risco de lesões (Donaldson 1994). Uma tabela típica das queixas dos usuários de computador correspondentes a fatores ergonômicos, e áreas para a eletromiografia de superfície (EMGs) estão listadas na tabela 1 (Wilson, 1994).

Após a avaliação, os riscos ergonômicos estarão identificados e soluções serão propostas. Algumas soluções podem ser econômicas como o rebaixamento do monitor pela colocação do computador no chão ao lado da estação de trabalho, rebaixamento do teclado colocando-se um suporte de teclado de altura variável, elevação dos pés colocando-se listas telefônicas embaixo deles e a remoção de caixas ou cestos de lixo debaixo da mesa de tal forma que as pernas possam ser movimentadas livremente.

Algumas vezes a solução requer a reorganização do escritório tal como mudança de "layout" para reduzir procuras excessivas ou para permitir visão mais distante.

Nos casos de modos de trabalho assimétricos, a pessoa é ensinada a realizar o trabalho usando lados opostos do corpo, bem como a mudar a posição de objetos (telefone e/ou arquivos) para balancear os movimentos. Por exemplo, durante o período da manhã colocar o telefone do lado esquerdo e atendê-lo com a mão esquerda, enquanto no período da tarde, colocar o telefone do lado direito e atendê-lo com a mão direita.

Um fator adicional que freqüentemente passa desapercebido é a correção visual apropriada, especialmente para pessoas que usam óculos bifocais. Óculos de leitura (freqüentemente usados com computador) forçam o usuário a inclinar a cabeça para trás ou para a frente visto que a distância focal não está ajustada para o monitor da estação de trabalho. Alguns usuários podem necessitar de óculos especiais de leitura para o monitor do computador.

É Igualmente importante que o usuário esteja atento aos ciclos de trabalho e descanso. Isto significa que ele deve estar atento tanto às pausas e movimentos curtos durante o trabalho quanto aos movimentos mais amplos durante as paradas mais longas.


Figure 1. Workstation arrangement to reduce risk of discomfort. (Illustration, courtesy of Great Performance, Inc. (800)433-3803).

Perfil Psicofisiológico

Após a análise e ajustamentos ergonômicos, um exame psicofisiológico precisa ser realizado. Se possível, este exame deve incluir uma avaliação de um local de trabalho real, o que pode ser realizado facilmente com um computador laptop e um MyoTrac2, MyoDac2 ou ProComp. O perfil abrangente consiste de fases diferentes, que podem ser utilizadas seletivamente dependendo das necessidades do usuário.

O perfil psicofisiológico consiste em monitoração fisiológica durante: a) situação de trabalho, b) stress emocional simulado c) entrada longa de dados, e d) simetria de movimentos. O propósito é examinar atividades de risco (tensões mal direcionadas e/ou inapropriadas), a duração das pausas, o efeito do stress emocional sobre a reatividade fisiológica, recuperação fisiológica, contrações musculares assimétricas, e atenção somática.

O perfil examina o indivíduo tanto no local de trabalho quanto em uma estação de trabalho simulada. O exercício de entrada de dados precisa incluir o modo real de entrada de dados utilizado pelo indivíduo, (i. é. Teclado, mouse e/ou trackball) O exame inicial não inclui feedback, apesar de todos os dados serem gravados para análise posterior.

IMPORTANTE: O protocolo deve ser adaptado para examinar situações reais tais como entrada de dados relacionadas ao trabalho, atendimento do telefone com a mão direita e esquerda, etc.

Após o protocolo ter sido completado, os dados podem então ser revistos com o cliente para mostrar as respostas fisiológicas individuais. Estas informações são usadas então para determinar estratégias de auto regulação que melhorarão a saúde do indivíduo. Este feedback é normalmente feito imediatamente após o exame de tal forma que a informação possa ser utilizada para reiniciar o treinamento.

Sensores necessários e sua colocação

O equipamento mínimo requerido para o exame é um eletromiógrafo de superfície de dois canais (EMGs). O exame realizado com um EMGs de dois canais irá requerer o deslocamento dos sensores para diferentes localizações musculares durante suas diferentes fases. Um exame mais abrangente deverá incluir um mínimo de 4 canais de EMG de superfície (EMGs), um de respiração(SR), um de temperatura de pele (Temp), e um de resposta de condutância da pele (RCP).

Colocação dos sensores com EMG de dois canais

A) EMG de superfície do antebraço: coloque os sensores ativos no ponto médio dos músculos extensor e flexor (ver figura 2) para monitorar a tensão do antebraço. O propósito de monitoração do antebraço é que a maioria dos sujeitos não relaxam a musculatura dos dedos e do pulso durante o tempo em que estes estão no teclado ou segurando o mouse.


Figura 2: Colocação dos Sensores de EMGs no antebraço

B) EMG de superfície dos ombros e pescoço: Coloque um sensor ativo sobre o escaleno esquerdo e o outro no ponto médio do trapézio direito (ver figura 3). O propósito de monitorar o pescoço e os ombros é que a maioria dos sujeitos elevam os ombros e tendem a respirar torácicamente durante a atividade. A colocação do escaleno esquerdo para o trapézio direito irá também monitorar a tensão nos músculos escaleno e esternocleidomastoideo.


Figura 3: Colocação dos Sensores de EMGs nos ombros e pescoço

Colocação dos sensores com EMG de quatro canais

Os sensores são colocados para permitir análise bilateral durante o exame de simetria. A colocação bilateral mais comum (direita e esquerda) incluem os seguintes músculos: trapézios superiores, trapézios inferiores, esternocleidomastoideo, rombóide e peitoral. O propósito de monitorar os trapézios superiores e inferiores é melhorar a estabilização escapular uma vez que o trapézio inferior irá inibir a atividade do trapézio superior. (Para a localização exata dos eletrodos ver: Soderberg, 1992 e Basmajian & Blumenstein, 1980).

Uma monitoração abrangente inclui comportamentos respiratórios abdominal e torácico, freqüência respiratória, temperatura periférica, condutância de pele e batimento cardíaco. A monitoração pode incluir também as seguintes colocações de sensores de EMG de superfície, paraespinhais cervicais bilaterais, masseters, temporais, deltóides, trapézios superiores e inferiores, peitorais, infraespinhais, extensores e flexores do pulso e possivelmente tibiais e gastroquinemos.

  • Protocolo de Exame

    • Descreva a seqüência do protocolo
    • Coloque a pessoa confortavelmente sentada ao computador. (Faça o exame ergonômico e as modificações necessárias).
    • Conecte os sensores fisiológicos e verifique os sinais
    • Após cada etapa do exame peça a pessoa que avalie o grau subjetivo de stress/tensão.

    Fase 1: Efeitos da posição e da tarefa na fisiologia

    Propósito:
    Analisar o efeito da percepção de tensão subjetiva, postura e realização da tarefa na fisiologia.

    Procedimento:

    1. Sentado confortavelmente com as mãos apoiadas nas coxas (linha de base de 30 segundos).
    2. Coloque os dedos confortavelmente (modo normal) no teclado na linha asdfg (30 segundos).
    3. Digite um texto padrão (uma carta exemplo ou materiais que simulem uma tarefa normal de trabalho) (60 segundos).
    4. Coloque os dedos confortavelmente no teclado sem pressionar as teclas (30 segundos).
    5. Coloque as mãos apoiadas nas coxas confortavelmente em uma posição relaxada (linha de base de 30 segundos).

    Fatores de Risco:
    Os seguintes fatores fisiológicos são comuns, podem ser identificados e aumentam o risco de lesões (Fig.4).


    Figura 4 Fatores comuns de disfunção fisiológica incluem: 1) EMG de superfície do trapézio/ escaleno aumentados quando as mãos são colocadas no teclado ou durante a digitação. 2) EMG de superfície aumentado no flexores/extensores braquiais quando as mãos são colocadas no teclado. 3) Ausência de micro intervalos (episódios de baixo registro de EMG) quando está digitando. 4) Freqüência respiratória aumentada quando as mãos são colocadas no teclado e/ou durante a digitação e 5) Decréscimo da expansão abdominal da respiração quando as mãos são colocadas no teclado e durante a digitação.

    • Ausência de micro intervalos regenerativos, períodos de 1 a 2 segundos de baixa atividade de EMG a cada 10 ou 20 segundos de músculos ativados.
    • Aumento da atividade de EMGs quando os dedos estão colocados no teclado. (Distúrbio de cobertura: a pessoa não percebe a elevação dos ombros quando se prepara para digitar).
    • Aumento da atividade de EMGs no antebraço durante todo o tempo em que os dedos permanecem no teclado. (O EMG aumenta mesmo quando a pessoa pensa que as mãos e os braços estão relaxados no teclado).
    • Freqüência respiratória aumentada e respiração torácica enquanto a pessoa digita (ativação nervosa aumentada) e arritmia sinusial diminuída.
    • Atividade de EMG aumentada, aumento da freqüência respiratória e respiração torácica depois que as mãos foram colocadas de volta nas coxas (falha na recuperação ou recuperação lenta)
    • Baixa correlação entre a avaliação subjetiva de stress/tensão e a atividade de EMG.
  • Fase 2: Efeito das Emoções Sobre a Fisiologia

    Propósito:
    Analisar o impacto de emoções negativas sobre a fisiologia.

    Procedimento:

    1. Sente-se confortavelmente em frente ao computador com as mãos apoiadas sobre as coxas.
    2. Pense, sinta, imagine, visualize uma pessoa zangada, e uma experiência frustrante, pessoal ou profissional e indique quando estes pensamentos/sentimentos estiverem presentes.
    3. Continue a experimentar os sentimentos/pensamentos negativos com as mãos apoiadas sobre as coxas (30 segundos).
    4. Continue a experimentar estes sentimentos/pensamentos negativos e digite um texto padrão (60 segundos).
  1. Deixe desaparecerem os sentimentos/pensamentos negativos e descanse/relaxe com as mãos apoiadas sobre as coxas (60 segundos).

Fatores de Risco:
Os seguintes fatores de risco são comuns e somam-se àqueles descritos na FASE 1. Estes fatores necessitam de novo treinamento (Fig. 5).


  • Atividade de EMG aumentada e ativação muscular durante a digitação quando comparada à linha de base e à digitação da FASE 1
  • Volta lenta às medidas de linha de base quando as instruções para liberar-se dos pensamentos negativos foram dadas, enquanto repousa as mãos nas coxas.

FASE 3: Efeito de tarefas de performance prolongada sobre a fisiologia.

Propósito:
Analisar o impacto de trabalhos de longa duração sobre a fisiologia.

Procedimento:

  1. Sente-se confortavelmente com as mãos (relaxadas) apoiadas no teclado (1 minuto de linha de base).
  2. Digite um texto comum (uma carta de exemplo ou materiais que simulem uma tarefa normal do trabalho) (10 a 50 minutos).
  3. Sente-se confortavelmente com as mãos apoiadas no teclado (relaxadas) (1 a 5 minutos de linha de base).

Fatores de Risco:
Os seguintes fatores de risco são comuns e somam-se àqueles descritos para as fases 1 e 2, que devem ser treinados novamente.

  • Manutenção da atividade elevada de EMG nos Trapézios Superiores por mais de 30 segundos sem a presença de micro intervalos regenerativos. Episódios de 1 a 2 segundos de atividade muito baixa de EMG3 .
  • EMG aumentado no Escaleno/Trapézio durante a entrada de dados sem micro intervalos.
  • Atividade de EMG aumentada no antebraço enquanto os dedos estão no teclado.
  • Freqüência respiratória aumentada e respiração torácica durante a entrada de dados.
  • Recuperação lenta de retorno às medidas de linha de base seguindo as tarefas de digitação.
  • Ausência de movimentos corporais amplos.

FASE 4: Análise da simetria do movimento muscular para detecção de contrações associadas e análise da recuperação

Propósito:
Analisar o desbalanceamento de EMG durante tarefas dinâmicas (Taylor, 1993; Wilson, 1994; e Skubick, Clasby e Donaldson & Marshall, 1993; Donaldson, 1994).


Procedimento: Análise da atividade de EMG do Esternocleidomastoideo

Colocação dos Sensores:
Utilizar 2 ou 4 canais de EMG, coloque os sensores ativos de EMG sobre os Esternocleidomastoideo direito e esquerdo (SCM) (opcional: Trapézios Superiores) (Fig. 3).

  1. Sente-se confortavelmente em frente ao computador com as mãos no teclado enquanto olha diretamente em frente (5 segundos).
  2. Gire a cabeça para a direita, como para olhar por sobre o ombro direito conservando o torso para a frente (5 segundos).
  3. Gire a cabeça para a frente (5 segundos).
  4. Gire a cabeça para a esquerda, como para olhar por sobre o ombro esquerdo conservando o torso para a frente (5 segundos).
  5. Gire a cabeça para a frente (5 segundos).
  6. Repita as seqüências de rotação 5 vezes.

Movimentos alternativos:
Coloque a pessoa para realizar tarefas reais de trabalho tais como atender o telefone, ler manuais ou virar páginas com uma das mãos e depois com a outra. Repita o movimento 5 vezes.

Procedimento: Para análise dos Trapézios Superiores:

Colocação dos Sensores:
Use EMG de dois ou de quatro canais, coloque os sensores de EMG sobre os trapézios superiores direito e esquerdo (opcional: SCM direito e esquerdo).

  1. Sente-se confortavelmente em frente ao computador com os braços pendendo ao longo do corpo com as palmas das mãos viradas para dentro (5 segundos).
  2. Enquanto mantém os cotovelos retos, suspenda ambos os ombros até que eles estejam horizontais (90 graus com relação ao corpo) e mantenha assim por 6 segundos. Solte novamente os braços ao longo do corpo. (Neste movimento, as palmas das mãos apontam inicialmente para o chão).
  3. Repita a seqüência de movimentos 5 vezes.

Movimentos Alternativos:
Peça à pessoa que faça mímicas dos movimentos reais de trabalho.

Opcional:
Repita o ciclo de movimentos acima mudando a duração para 30 a 60 segundos de extensão completa. (Interrompa se houver dor). Permita pelo menos 120 segundos de recuperação entre os movimentos para a direita e esquerda.

Fatores de Risco:

  • Assimetria na atividade de EMGs durante os movimentos. Por exemplo, atividade de EMGs significativamente maior no SCM direito quando gira a cabeça para a esquerda do que no SCM esquerdo quando gira a cabeça para a direita ou vice-versa; semelhantemente, atividade de EMGs nos trapézios quando os braços são levantados.
  • Contração associada do antagonista durante os movimentos de rotação. Por exemplo SCM esquerdo com EMGs ativado enquanto a cabeça é girada para a esquerda.
  • Respiração suspensa ou quase imperceptível durante os movimentos.
  • Falta de atenção à suspensão da respiração (apnéia).
  • Falta de atenção à contração associada e ao uso assimétrico dos músculos.
  • Recuperação lenta da linha de base de EMGs depois de cinco repetições ou após manutenção longa de performance.

Revisão dos Dados

Reveja os dados gravados durante o protocolo de análise. Identifique modos de resposta fisiológica e hábitos de trabalho que possam aumentar o risco de LER. O risco mais freqüentemente observado é a falta de atenção à tensão muscular (atenção à tensão muscular não relacionada com as medidas de sEMG), falta de habilidade para relaxar a musculatura, distonia (tensionamento do Trapézio durante a entrada de dados), ativação aumentada durante a entrada de dados, ausência de micro intervalos regenerativos durante as tarefas de digitação (ver figs. 4 e 5), assimetria e contrações associadas durante os movimentos e ausência de movimentos corporais amplos.

Treinamento e Educação

O protocolo de treinamento consiste em reduzir os riscos observados e generalizar estas novas habilidades para os comportamentos de trabalho do indivíduo. Se uma distonia significativa é observada uma análise de sEMG mais detalhada de músculos específicos faz-se necessária. Quanto mais específico for o feedback maior será o sucesso na aquisição de habilidades.

s temas gerais do treinamento consistem em aumentar a atenção à tensão muscular ou atividades distônicas, inibir contrações associadas através da utilização correta do agonista e inibição do antagonista, encorajar micro intervalos regenerativos de baixa atividade de EMGs de músculos em utilização, reduzir ativação (efeito disparo) durante a entrada de dados através de métodos como respiração continuada, desenvolvendo hábitos de movimento que utilizem igualmente ambos os lados do corpo, e que a saúde consiste na alternância entre atividade e regeneração (movimento e relaxamento). As metas de tratamento são enfatizadas quando monitoradas com aparelhos portáteis de EMG de superfície (MyoTrac e MyoTrac2) ou sistemas baseados em computador (ProComp e FlexComp ou MyoDac2). Os conceitos psicofisiológicos gerais para atingir as metas do treinamento são:

  • Encorajar o rebaixamento de ativação durante a execução de tarefas e intervalos. Ensinar a respiração diafragmatica para reduzir a hiperventilação (Peper, 1990).
  • Ensinar paradas momentâneas regenerativas durante a execução de tarefas continuadas ou prolongadas. Atividades musculares elevadas sustentadas por mais de 30 segundos necessitam de períodos regenerativos (1 a 2 segundos) de baixa atividade de EMGs. (Peper, 1990).
  • Os micro intervalos são muito mais importantes do que a tensão muscular durante a tarefa (Taylor, 1993).
  • Desenvolver a elasticidade, flexibilidade e simetria bilateral apropriadas para a tarefa através de exercícios de movimento e reorganização da estação de trabalho (Wilson, 1994).

ATENÇÃO: Qualquer parestesia, tremor, pontada, perda de sensação ou queda de objetos deve ser avaliada por um médico. Esses sintomas são mais prevalecentes no início da manhã, ao entardecer, ou despertam a pessoa durante o sono.

Metas do Treinamento:

A. OTIMIZAR O POSICIONAMENTO ERGONÔMICO CORRETO

  1. Implementar os melhoramentos ergonômicos derivados da AVALIAÇÃO ERGONÔMICA DO ESTILO DE TRABALHO.
  2. Otimizar o posicionamento corporal na estação de trabalho com a monitoração de EMGs. Por exemplo, colocar sensores no deltóide ou trapézio para identificar a posição neutra dos braços enquanto as mãos estão no teclado (fig.6) (Peper e Shumay, 1994).


Figura 6. Utilização do sEMG do trapézio direito, deltóide e extensor braquial para otimizar a colocação do teclado. A posição 1 é descansando com as mãos nas coxas, posição 2 é ergonomicamente mais correta com as mãos no teclado enquanto as posições 3, 4 e 5 são ergonomicamente incorretas. Note que NÃO existe correlação entre a atividade de sEMG registrada e a percepção subjetiva de tensão conforme indicado pelos escores numéricos (1 - mais relaxado a 5 - mais tenso) para cada posição e localização dos sensores, nos ombros e nos braços.

B. Metas do EMG

  1. Inibir atividade de EMGs do escaleno/trapézio enquanto os dedos permanecem no teclado durante o repouso e a entrada de dados. Isto significa ensinar a pessoa a sentir a tensão nos ombros e conservá-los relaxados durante a entrada de dados.
  2. Inibir a atividade de EMGs nos dedos/pulso flexor/extensor quando os dedos estão repousando sobre o teclado.
  3. Inibir a tensão nos ombros e nos braços (atividade excessiva de sEMG) durante o uso do mouse.
  4. Inibir a contração associada de EMGs de músculos tais como o SCM.
  5. Ensinar estabilização escapular utilizando o biofeedback do trapézio inferior e o serrato anterior para inibir a atividade do trapézio superior (Bender, 1993).
  6. Monitorar EMGs e inibir atividades distônicas de grupos de músculos relevantes enquanto executa tarefas de entrada de dados.

C. PRÁTICAS DE RELAXAMENTO / TENSIONAMENTO

  1. Rotações da cabeça: LENTAMENTE olhe por cima do seu ombro direito. Mantenha a posição por 20 segundos e retorne ao centro. Repita para o outro lado. (Minimize os movimentos dos ombros tanto quanto possível).
  2. Movimentos laterais da cabeça: Coloque a orelha direita no ombro direito. Mantenha por 20 segundos e retorne ao centro. Repita para o outro lado (Minimize os movimentos dos ombros tanto quanto possível).
  3. Movimento do pescoço: Empurre o pescoço GENTILMENTE para trás como se houvesse um anel colocado na parte de trás do seu pescoço que estivesse sendo puxado. Mantenha o queixo paralelo ao chão e os ombros relaxados. Faça este movimento de duas a trinta vezes diariamente.
  4. Movimente os ombros para trás e para a frente em movimentos circulares, lentamente. Vários circulos devem ser executados cada qual com um diâmetro diferente.
  5. Deixe os braços penderem ao lado do corpo. Mantendo os braços o mais reto possível, levante-os acima da cabeça até que as costas das mãos se encontrem. Certifique-se de que as palmas das mãos fiquem viradas para baixo enquanto os braços levantam. A ação deve parecer com um salto em câmara lenta (ou um pato muito preguiçoso tentando voar). Não arqueie as costa durante este movimento.
  6. Faça um relaxamento dinâmico do pescoço, ombros, pulsos, mãos e dedos (Peper e Holt, 1993). Aprenda a identificar internamente, tensão e relaxamento muscular e treine a habilidade de relaxar os músculos voluntariamente.
  7. Faça pausas breves regenerativas de 1 a 2 segundos para cada 30 segundos de entrada de dados via mouse ou teclado. Por exemplo, abaixe as mãos para a mesa ou para as coxas, a atividade de sEMG do pescoço e dos ombros deve baixar para os níveis da linha de base.

D. CONTROLE EMOCIONAL

  1. Aumento da consciência de como as emoções negativas contribuem para criar mecanismos prejudiciais ao desempenho.
  2. Desenvolvimento da comunicação e habilidades de solução de problemas para resolver conflitos de trabalho e/ou familiares.
  3. Ensino da interrupção do fluxo de pensamentos e/ou exercícios de fixação na tarefa.

E. IMPLEMENTOS:

  1. Generalizar as habilidades aprendidas enquanto realiza tarefas relevantes de entrada de dados com teclado ou mouse no local de trabalho real.
  2. Respirar diafragmaticamente e diminuir a freqüência respiratória durante a execução de tarefas relevantes ao trabalho.

Sugestões e Implicações:

Toda a pessoa que usa ou começa a usar o computador deve ser treinada em atenção somática, ergonomia apropriada e ciclos de trabalho/descanso. Para muitas pessoas, o sinal vindo de um pequeno aparelho de EMG portátil pode ajudar a facilitar a atenção de distonia durante a entrada de dados e o uso do mouse. Tanto o MyoTrac como o MyoTrac2 oferecem a opção de retardar o som do feedback. Este feedback atrasado, ignora as tensões e picos de tensões de movimentos breves, enquanto que uma tensão alta de EMGs dispara o gatilho de um som que propicia um feedback de alarme.

Adicionalmente, avisos externos para iniciar breves pausas regenerativas bem como incentivar movimentos corporais episódicos reduzem o risco de LER (i.é. alarmes de tempo ou interrupção automática da entrada de dados). Finalmente, este protocolo pode ser utilizado para ensinar aos usuários de computador habilidades preventivas para evitar as LER e mobilizar a saúde.

TABELA 1

QUEIXAS TÍPICAS DOS USUÁRIOS DE COMPUTADOR, FATORES ERGONÔMICOS CORRESPONDENTES E GRUPOS MUSCULARES SUGERIDOS PARA A COLOCAÇÃO DOS ELETRODOS CABEÇA

HEAD
Queixas Tipicas Prováveis Fatores Ergonômicos

 

Áreas de Colocação dos Sensores de sEMG
Fechamento dos Olhos:
dor, ou fadiga
Distância e posição do monitor, luminosidade
Precisão óptica
Frontalis/posterior neck
Temporalis
Suboccipital
Frontal

 

Dor de cabeça Uso do telefone
Pausas de descanso do monitor
Postura ao sentar
Foco visual
Apertar dos dentes
Vapores de tonner, fax
Lâmpadas fluorescentes

 

Pescoço, frontal/posterior
Temporalis
Masseter
Sub-occipitais
Paraespinhais cervicais
Trapézios
SCM
PESCOÇO E OMBROS
Queixas Típicas Prováveis Fatores Ergonômicos

 

Áreas de Colocação dos Sensores de sEMG
Dor de cabeça
parte posterior da cabeça ou pescoço
Posição dos Documentos (nível)
Distância do Monitor (muito distante)
Cabeça fora da posição central
Braços sem suporte
Óculos Bifocais

 

Pescoço, frontal/posterior
Trapezius
Masseter
Sternocleidomastoid
Dor nos ombros Posição da cabeça (monitor muito alto ou muito baixo)

Óculos bifocais
Ómbros erguidos (teclado muito alto)
DOmbros Caídos (distância muito grande do teclado/ ausência de tônus muscular)
Distância do mouse
Movimentos unilaterais

 

Trapézios
Deltóides
Peitorais
Infraespinhais
Escalenos
BRAÇOS PULSOS E DEDOS
Queixas Típicas Prováveis Fatores Ergonômicos Áreas de Colocação dos Sensores de sEMG
Dor nos cotovelos Movimentos repetitivos sem descanso
DOmbros Caídos (distância muito grande do teclado/ ausência de tônus muscular)
Distância do mouse

 

Triceps
Brachiaradialis
Extensores braquiais
Escalenos
Dor no pulso Movimentos repetitivos sem descanso Trapézios superiores
SCM
Brachiaradialis
Escalenos
Extensores Braquiais

 

Dor nos dedos Movimentos repetitivos sem descanso Extensores digitais
Extensores braquiais
Escalenos

 

COSTAS
Queixas Típicas Prováveis Fatores Ergonômicos Áreas de Colocação dos Sensores de sEMG

 

Parte baixa das costas Cadeira (suporte lombar)
Postura
Posição das pernas
Pés no chão (suporte inclinado)
Quadris ou ombros altos ou baixos
Quadris abaixo dos joelhos

 

Porção superior das costas
Região Lombar
PERNAS TORNOZELOS E PÉS
Queixas Típicas Prováveis Fatores Ergonômicos Áreas de Colocação dos Sensores de sEMG

 

Dor descendo pelas pernas Compressão devida a cadeira
(apoio inadequado no assento parte frontal do assento não arredondada)
Posição das pernas (pernas cruzadas por muito tempo ou apoio cortante para as pernas)
Movimento unilateral

 

Joelhos
Glúteos
Piriformes
Swollen ankles Falta de movimento

 

Pés não apoiados no chão (suporte inclinado) Circulação deficiente
Posição das pernas
Falta de movimento

 

AVALIAÇÃO ERGONÔMICA E DA ESTAÇÃO DE TRABALHO (SFSU)* (Peper & Tibbetts, 1994)

San Francisco State University

Instruções: Observe e circule os prováveis fatores de risco.


Nome: ____________________ Data: _____________ Escore: ____________________


Monitor     80 graus da posição ocular   	Mais alto ___    Mais baixo   ___
                Distância 1m                	Mais perto ___   Mais distante ___   
                Posição                      	A direita ___    A esquerda   ___   
              	Brilho e Reflexo                  	Sim  ___            Não  ___
              	Luzes Brilhantes                  	Sim  ___            Não  ___
              	Necessita tela mais larga         	Sim  ___            Não  ___
              	Resolução de tela Alta/clara      	Sim  ___            Não  ___
              	Hábito de olhar para objetos 
             	distantes                         	Sim  ___            Não  ___
              
              	Óculos bifocais                   	Sim  ___            Não  ___
              	Lentes de contato                 	Sim  ___            Não  ___
              	Usa óculos de leitura             	Sim  ___            Não  ___
              	Posição do material de leitura
              	(originais de cartas etc.)     	Direita ___       Esquerda  ___
                                                	Alto ___         Baixo   ___

Comentários: ______________________________________________________


CADEIRA  Os pés alcançam o chão            Sim  ___           Não  ___
             	Coxas comprimidas                  	Sim  ___           Não  ___
             	Costas anguladas 
             	(com relação às coxas)?            Sim  ___           Não  ___
                                                               Alto ___ 	Baixo   ___
             	Apoio para as costas?               Sim  ___            Não  ___                                    
             	Como?                              	Alto ___           Baixo ___
             	Descanso para os braços           Sim  ___            Não  ___
             	Ombros levantados                     Sim  ___            Não  ___

Comentários: __________________________________________________________


PERNAS        Espaço suficiente para colocar os pés      Sim  ___            Não  ___
                     Espaço para movimentar as pernas           Sim  ___            Não  ___
                     Ângulo dos joelhos a 110 grauso               Sim  ___            Não  ___
                     Suporte para os pés                                 Sim  ___            Não  ___
                     Se presente, é usado                               Sim  ___            Não  ___
                                      		Freqüentemente ___     Raramente   ___

Comentários: ___________________________________________________________


TECLADO Ajustável                         	Sim  ___            Não  ___
                                                	Alto ___         Baixo   ___
              	Estável                           	Sim  ___            Não  ___
              	Suporte para o pulso        	Sim  ___            Não  ___
              	Se sim                            	Duro ___          Macio  ___
              	O suporte do pulso é ajustável?   Sim  ___            Não  ___
              	Se não                            	Alto ___         Baixo   ___

Comentários: ___________________________________________________________

BRAÇOS        Ângulo sup. do 
                      braço (vertical)                      Para a Frente ___       Para trás ___
              
                      Ângulo do antebraço c/ 
                      cotovelo (110ºo)                    Menor ___               Maior ___
              
                      Cotovelos para fora               Sim  ___                 Não  ___
                      Ângulo das mãos                 Flexionadas ___      Estendidas ___
                      Unhas                                 Longas ___             Curtas ___
                      Digitação com as unhas       Sim  ___                 Não  ___
                      Tensões visíveis? 
                      (tendões/dedos)                   Sim  ___                 Não  ___
 
Comentários: _________________________________________________________


MOUSE/            Presente                                  Sim  ___            Não  ___
TRACKBALL      Freqüência de uso                    Freqüente  ___   Raro  ___
                         Localização                             Distante  ___      Próximo  ___
                         Cai para os lados 
                         (do suporte)                              Sim  ___            Não  ___

                         Cai para a frente ou para trás     Sim  ___            Não  ___
 
Comentários: __________________________________________________________


TELEFONE      Freqüência de uso                       Freqüente  ___           Raro ___
                       Duração de uso                           ___ min.
                       Rotaciona o corpo para usar         Sim  ___           Não  ___
                       Localização                                Distante ___      Próximo  ___
                       Usa o ombro para segurar            Sim  ___           Não  ___
                       Fone de cabeça                          Sim  ___           Não  ___
                       Escreve/digita durante o uso        Sim  ___           Não  ___
 
Comentários: __________________________________________________________

SPAÇO        Espaço suficiente na mesa               Sim  ___           Não  ___
                    Espaço personalizado no escritório   Sim  ___           Não  ___
                    Atrás da porta                                 Sim  ___           Não  ___

Comentários: ___________________________________________________________


HÁBITOS DE    Descansa a cada 15-30 min.          Sim  ___           Não  ___
TRABALHO      Realiza tarefas com movimentos 
                        variados do corpo                          Sim  ___           Não  ___
              
                        Movimentos assimétricos durante  
                        o trabalho                                     Sim  ___           Não  ___

                        Precisa esticar-se para pegar 
                        objetos durante o trabalho              Sim  ___           Não  ___

                        Mini pausas durante digitação a 
                        cada 30s                                      Sim  ___           Não  ___

                        Porcentagem de tempo ao computador     <25% 25% a 50%>75% 
                        Avaliações anteriores da estação 
                        de trabalho                                    Sim  ___           Não  ___

                        Se sim, foram implementadas         Sim  ___           Não  ___

Comentários: ________________________________________________________


PESSOAIS      Vestuário                                           Apertado ___    Confortável ___
                       Cinto (abdômen contraído)                   Sim  ___           Não  ___
                       Sedentário (ausência de movimentos)   Sim  ___           Não  ___
                       Respiração torácica                            Sim  ___           Não  ___
                       Torna a respiração torácica 
                       enquanto trabalha                               Sim  ___           Não  ___

                       Postura retorcida quando senta            Sim  ___           Não  ___
                       Postura de "startle"                             Sim  ___           Não  ___
                       Consciente/direcionada                       Sim  ___           Não  ___
                       Mãos frias e/ou úmidas                       Frias ___         Ùmidas ___     
                       Fuma                                                 Sim  ___           Não  ___

Comentários: ________________________________________________________

Ajustes sugeridos da estação de trabalho: ________________________________
 
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Mudanças de hábitos de trabalho sugeridas: _______________________________
 
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Perfil psicofisiológico agendado para: ______/______/1997.

RECOMMENDED SOURCES

  1. Basmajian, J.V. & Blumenstein, R. (1980). Electrode Placement for EMG Biofeedback. Baltimore: Williams & Wilkins.

  2. Cram, J. (Ed). (1989). Clinical EMG for Surface Recording. Nevada City, CA: Clinical Resources.
    Grandjean, E. (1987). Ergonimics in Computerized Offices. New York: Taylor and Francis.

  3. Peper, E. (1990) Breathing for Health. Montreal: Thought Technology Ltd.Soderberg, G.L. (Ed). (1992).

  4. Selected Topics in Surface Electromyography for use in the Occupational Setting: Expert Perspectives. U.S. National Institute for Occupational Safety and Health, Publication No. 91-100. Available from NIOSH Publications, Mail Stop C-13, 4676 Columbia Parkway, Cincinnati, Ohio 45226-1992. State of California, Department of Personnel Administration. (1993). Video Display Terminal (VDT) Users Handbook. Sacramento, CA.

  5. Travell, J.G. & Simons, D.G. (1983). Myofascial Pain and Dysfunction: The Trigger Point Manual. Baltimore: Williams & Wilkins.

  6. Whatmore, G. and Kohli, D. (1974). The Physiopathology and Treatment of Functional Disorders. New York: Grune and Stratton, 1974.

Footnotes:
  1. A number of the concepts in this protocol have been derived and expanded from the contributions made by Donaldson & Skubick, 1993; Ettare & Nadler, 1993; and Middaugh et al, 1993. We thank Cathy Holt, Dianne Shumay, and Scott Davis for their helpful contributions.
  2. Reprint requests contact: Erik Peper, Ph.D., Institute for Holistic Healing Studies, San Francisco State University, 1600 Holloway Ave, San Francisco, CA 94132. FAX: 415-338-0573; EMAIL: epeper@sfsu.edu.
  3. Ergostats by Will Taylor, M.D., software to analyze sEMG recordings for regenerative micro breaks is available from biofeedback distributors.

 

 

Copyright, 1997 The Biofeedback Foundation of Europe